domingo, 31 de maio de 2009

NOSSA SENHORA MÃE DA IGREJA


Este título foi proclamado à Santíssima Virgem no dia 21 de novembro de 1964 pelo Papa Paulo VI, no encerramento da 3a. sessão do Concílio Vaticano II.
Em seu discurso, o Santo Padre dizia: "Para a glória da Virgem e para nosso conforto, proclamamos Maria MÃE DA IGREJA, isto é, de todo o povo de Deus, tanto dos fiéis quanto dos Pastores que lhe chamam de Mãe Amorosíssima; e queremos que com esse título suavíssimo seja a Virgem doravante honrada e invocada por todo o povo cristão".

Continuando sua oração, Paulo VI afirmava que o título não era novo para a piedade dos cristãos porque é justamente com este nome de Mãe que os fiéis e a Igreja costumam dirigir-se a Maria.

Nossa Senhora Mãe da Igreja Ela é ao mesmo tempo Mãe e modelo da Igreja. Foi mãe no passado porque cooperou com o Altíssimo na obra da salvação da humanidade, dando o seu "Fiat" ao anúncio do anjo, colaborando também no ministério público de Jesus, imolando-se junto com seu Divino Filho durante o sangrento episódio do Gólgota. Antes de morrer na cruz, o Cristo apresentou-se ao discípulo querido que ali representava toda a humanidade, dizendo: - "Eis a tua mãe".

É o modelo da Igreja porque depois da Ascensão do Senhor permaneceu em oração com as mulheres e apóstolos até a vinda do Espírito Santo em Pentecostes. Filha de Adão como nós, e portanto nossa irmã por laços da natureza, foi entretanto uma criatura privilegiada devido à sua Imaculada Conceição e sua Maternidade Divina. Levando uma vida igual à de todos, cheia de preocupações e trabalho, ela exerceu importante apostolado, realizando em sua vida terrena a perfeita figura do discípulo de Cristo. Santo Agostinho dizia que Maria cooperou pela caridade para o nascimento dos fiéis, que são os membros da Igreja.

A primeira afirmação expressa em documentos sobre o magistério e a Maternidade de Maria Santíssima em relação à Igreja foi uma bula do Papa Bento XIV, em 1748, cujas declarações foram retomadas na proclamação do Concílio Vaticano II. Dizia que, assim como descobrimos em uma mãe os traços do rosto ou os caracteres de sua descendência, assim devemos descobrir em Maria a prefiguração da Igreja. Pela geração a mãe imprime sua semelhança aios filhos; a Igreja traz a semelhança de Maria, pois foi gerada em seu concurso.

Graças a fé e ao consentimento livre, ela tornou-se realmente mãe de Cristo e de todos os que nele são batizados. Pela pregação e pelo batismo ela gera para a vida nova e imortal dos filhos nascidos de Deus que formam a Igreja Universal.

Podemos reconhecer em Maria a intermediária que concorre para a concessão das graças divinas, porém é mais verdadeiro ainda encontrar nela a Mãe que vela pelo desenvolvimento espiritual de seus filhos. A prova disso é que Ela nunca abandonou a Igreja, ajudando-a não só no início de sua história, como nos momentos cruciais de sua existência.

Maria permanece no presente Mãe da Igreja, contribuindo para tornar a Igreja Mãe dos cristãos; imprime nela a imagem como sua maternidade e se apresenta aos olhos dos homens como a expressão mais acessível e mais concreta de uma Igreja Materna.

A primeira paróquia dedicada à Maria Mãe da Igreja, que se tem notícia, em nosso país, foi aquela criada por D. Agnelo Rossi a 17 de abril de 1966, sob os cuidados pastorais dos Padres Oblatos de Maria, localizada na cidade de São Paulo (SP), no bairro Jardim Paulista.

Apesar do abaixo assinado ter sido enviado à Dom Francisco Borja Amara, bispo diocesano e Taubaté em dezembro de 1965, a Paróquia Nossa Senhora, Mãe da Igreja, de Taubaté (SP), só foi criada no dia 12 de fevereiro de 1967, no bairro da Estiva tendo como matriz a Igreja Santa Cruz .
Nossa Senhora Mãe da Igreja,
Rogai por nós que recorremos a vós!


Bibliografia:
Nilza Botelho Megale, in "Invocações da Virgem Maria no Brasil", Ed. Vozes, 1998, pp. 285-287.