domingo, 22 de julho de 2012

Padre Emerson Ruiz na Rio + 20


Padre Emerson comenta a Rio+20


   Na última “Reunião de Lideranças” da Província BSP, realizada em março deste ano, fui convidado a participar da Conferência Rio + 20 através da ONG VIVAT Internacional (vivatinternational.org). Desde Janeiro a Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus é associada desta organização, formada por vários outras congregações religiosas e atua principalmente na área dos direitos humanos.
   A Conferência Rio + 20 celebrou as décadas da Conferência “ECO 92” e teve como tema a “sustentabilidade”. A pergunta central da conferência era como aliar crescimento econômico e preservação ambiental. É possível um desenvolvimento que não comprometa “ainda mais” a sobrevivência desta e das próximas gerações? Existe realmente uma “economia verde”? Como alterar a chamada “matriz energética”? Como tornar o consumo mais “sóbrio”?
Estas e outras perguntas receberam inúmeras e díspares respostas. Dentro do seu espaço, cada grupo podia opinar e reclamar: governos, empresas, ONGs, igrejas. Nesta perspectiva, a Conferência foi muito rica. Os maiores especialistas em meio ambiente estavam ali reunidos. No entanto, o documento final, resultado de um difícil e tímido consenso, não espelha a fecunda dinâmica do evento, nem dos encontros paralelos (mais de 2.000!).
   Além do “Rio Centro”, onde aconteceu a Conferência da ONU (www.onu.org.br/rio20), houve também a “Cúpula dos Povos” no Aterro do Flamengo (www.cupuladospovos.org.br) e a Exposição “Humanidade 2012” (www.humanidade2012.net), no Forte de Copacabana. Além destes três espaços, aconteceram diversos eventos em Universidades, Hotéis ou Clubes. Em cada um destes ambientes foram realizadas palestras, debates, exposições, partilhas de experiências, plenárias, shows, etc. A maioria destas atividades era abertas ao público, a partir de prévio credenciamento.
   A Igreja Católica participou ativamente, e em várias instâncias do evento. Na Cúpula dos Povos aconteceram vigílias, debates e encontros ecumênicos com a presença de padres, bispos e vários religiosos e religiosas. Também na Catedral de S. Sebastião foi celebrada uma missa com a presença de várias entidades. A delegação da Santa Sé foi chefiada pelo Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer e participou das plenárias que preparam o documento final.
   No dia 22 de junho, alguns religiosos e religiosas da VIVAT Internacional se encontraram para partilhar experiências da Conferência Rio + 20 e para preparar os próximos encontros e atividades no Brasil. Agradeço a Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, a minha Província e a minha comunidade o apoio para a participação neste momento único de reflexão sobre nosso futuro comum.
  P. Emerson Marcelo Ruiz, scj

Fonte:
DEHONIANOS PBSP 
RIO+20 Declaração Final 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

O que fazer com as imagens quebradas:?

Imagens quebradas: o que fazer com elas?

Padre Antônio Clayton Santana, C.SS.R


Pessoas muito respeitosas e outras inseguras na doutrina não sabem como se desfazer das imagens bentas quebradas, estragadas, deterioradas.

Será verdade que joga-las no lixo pode fazer mal? Isto é superstição.

E sobre o costume de coloca-las junto a um cruzeiro ou aos oratórios de estrada. O que pensar? Objetos bençoados não têm em si algo de divino. Não valem por si, mas pelo que significam. Como símbolos religiosos merecem respeito e veneração. Símbolos são um recurso da comunicação humana em todas as culturas. A dimensão simbólica é uma propriedade entre o racional e o biológico ou a pura sensibilidade. Usamos esta linguagem no dia a dia e não só as palavras e gestos.

Ora, todas as religiões se expressam através de objetos simbólicos mesmo aquelas contrárias ao uso das imagens. O culto cristão às imagens enquanto bíblico entra no universo simbólico religioso. Vem do mistério da pessoa humana. O livro do Gênesis é enfático ao afirmar que Deus fez homem e mulher à sua imagem e semelhança (Gn 1,26-27). Os dois não são iguais a Deus, mas têm algo de divino e de certa forma o retratam.


São Paulo diz que Jesus é a imagem do Deus invisível, é o primogênito de toda criatura” (Cl1,15). Os cristãos refletem como num espelho a glória do Senhor e vão se transformando na sua imagem (2Cor 3,18). Deus não pode ser objetificado, mas é a sua imagem que amamos nos outros. Ela nunca pode ser quebrada, deteriorada e jogada fora. Em nós e nos outros. Nenhuma sociedade, cultura ou legislação pode desprezar a pessoa humana, ofender a sua dignidade por meio de injustiças e corrupção moral. No culto cristão a veneração a Maria e aos santos nos leva ao mistério pascal de Cristo. É a força redentora de sua graça que age nos santos. “A iconografia cristã transcreve pela imagem a mensagem evangélica que a Sagrada Escritura transmite pela Palavra. Imagem e Palavra iluminam-se mutuamente” (CIC n. 60)


Mas, é culto idolátrico acreditar mais na imagem que imitar o santo(a). Da mesma forma atribuir bênção, poder espiritual ou valor religioso ao símbolo avariado desvirtua a veneração e não glorifica a Deus. Imagens abençoadas são dignas de estima e conservação zelosa porque inspiram a fé e a confiança na Graça de Deus dada a nós por Jesus. Uma vez quebradas, estragadas, danificadas são indignas de honra e veneração. Não representam mais nem simbolizam nenhuma intermediação com o sagrado. Acabar de quebra-las (ou destruir objetos sacros estragados) é a maneira respeitosa de se desfazer delas e deles. O próprio respeito ao uso espiritual, à sua linguagem simbólica pede sua destruição total. Se possível enterrando, queimando ou colocando no lixo em pedaços bem pequenos. Nunca as deixar junto a Cruzeiros ou oratórios.

Venerar os santos não é e nem pode sequer parecer mais importante que a salvação em Cristo.


FONTE:
Revista de Aparecida-Ano 9 – no 99 – Junho 2010